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sábado, 29 de abril de 2017

Corra das cãibras


A cãibra é definida como um espasmo involuntário intenso e persistente dos músculos, normalmente muito doloroso, que pode durar de alguns segundos até vários minutos, atingindo um ou mais músculos de uma vez.

Nos corredores, os músculos mais atingidos são: panturrilhas, músculos anteriores e posteriores da coxa, pés e abdômen. Quanto à causa, acredita-se que esteja relacionada a uma hiperexcitação dos nervos que estimulam os músculos, provocada por inúmeros gatilhos, sendo a fadiga muscular o mais importante.

Durante o estado de fadiga, há um desbalanço hidreletrolítico da célula muscular, ocorrendo a perda de água, cálcio e magnésio do meio intra para o extracelular. Essas alterações podem ser decorrentes de uma queda no fornecimento energético ocasionada pela falta de glicose/glicogênio ou pela elevada intensidade da própria atividade. Alguns fatores podem tornar mais comuns tais episódios como: desidratação, estados febris, gestação, diabetes, doenças vasculares, doenças renais crônicas, doenças distróficas dos músculos e, principalmente, medicamentos como diuréticos, broncodilatadores (para controle de asma), estatinas (para controle do colesterol), anti-hipertensivos, entre outros.

Muito se comenta sobre depleção de potássio como causa de cãibras. Na verdade, a hipocalemia (baixos níveis sanguíneos de potássio) pode até causar contrações involuntárias, mas seu principal sintoma é fraqueza ou paralisia muscular. Alterações dos níveis de cálcio ou magnésio são causas mais importantes e comuns de cãibras do que falta de potássio.

Apesar de muito temida, a cãibra pode ser facilmente evitada. Se um espasmo muscular deste tipo ocorrer durante seu treino ou prova, a primeira dica é: não caia no chão se alongando!! O alongamento pode gerar um estímulo que significa mais excitação às fibras musculares. Eleve o seu ritmo de treino em 25 a 50%, mantendo-se, se possível, em movimento.

Casos de extrema limitação e dor devem ser acompanhados de perto por equipe médica. Para fugir das cãibras, esteja atento a seu estado de hidratação e a seu suporte de carboidratos antes, durante e após a corrida. Evite ritmos mais intensos que o programado ou usual e esteja atento aos primeiros sinais de cansaço.
 

sábado, 22 de abril de 2017

Leve e solta

Há alguns meses tenho corrido sem meu frequencímetro. Ele deixou de funcionar e consertar custa metade do preço de um novo. Portanto, estou providenciando um novo.

Correr sem ele me trouxe prós e contras. Obviamente um dos ‘contras’ é que tenho menos informação instantânea durante meus treinos. Mas um dos ‘prós’ é que isso me trouxe mais liberdade. Ainda mais auto percepção de ritmo.

Confesso que muitas vezes, ao correr usando o meu frequencímetro e ao olhar para o pace médio mostrado na tela, mesmo me sentindo bem, eu desacelerei. Como se o relógio me ordenasse: “Desacelere. Esse pace não lhe pertence”. Mas, afinal, é ele quem me configura ou eu a ele?

Frequencímetro, GPS e afins são ótimas opções para corredores. Recomendo. Mas não recomendo bitolar na tecnologia. Isso pode lhe tolher. De vez em quando é bom sair livre, leve e solto. De vez em quando esqueça seu relógio em casa. Relembre o prazer de correr por correr. Correr por prazer. Determine uma distância e um tempo aproximados para aquele treino e simplesmente vá. É um bom exercício de autoconhecimento. 
Ahh, e se você está pensando em adquirir um frequencímetro, recomendo que não opte por um modelo touch screen. São belos e... quase descartáveis! Essa é a minha experiência e a de alguns amigos.

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O relógio é uma importante ferramenta no controle de ritmo, durante a realização de um treino ou prova. Por meio dele, é possível corrigir longitude, possíveis abusos durante a corrida e estimar sua evolução de performance, além de ter informações importantes para serem analisadas no planejamento de treino ou estratégia de prova.
Os benefícios são muitos, porém a preocupação em demasia com o equipamento também pode prejudicar, afinal escutar o corpo é a prioridade durante a corrida. Você precisa se concentrar e saber como estão suas passadas, respiração e esforço.  

O treinador da Lobo Assessoria, Rodrigo Lobo, costuma sempre usar relógio com GPS e frequencímetro, mesmo assim afirma que não há prejuízo em correr sem o equipamento. “Para quem quer desapegar do relógio, um bom momento são os treinos regenerativos, mais confortáveis. Ótimas oportunidades para relaxar a cabeça dos números e metas”.

Para quem está começando, um cronômetro básico que marque voltas e um simples medidor de frequência já ajudam muito. Já para os que gostam de acompanhar números ou visam maiores níveis de performance, vale a pena um relógio que seja possível marcar as zonas cardíacas de treinamento, GPS (para marcar a distância e ritmo médio), frequência de passadas. Estes valores, sendo bem interpretados, podem ajudar o atleta a conhecer melhor o corpo e estratégias de treinos e provas.
Lobo alerta que começar sem nenhum indicador pode não ser seguro, retardando assim o pontapé inicial, seja nos treinos intervalados ou mesmo no controle da frequência cardíaca ideal. “Corredores experientes tem o relógio como um feedback para confirmar o que está acontecendo”. “Atletas emergentes que ficam vidrados nos números, esquecem de interpretar os sinais que o corpo envia, não conseguindo conectar os números às percepções de esforço. O ideal é conseguir mesclar alguns treinos com monitoramento total e outros parcial”, finaliza.

Fonte: http://www.webrun.com.br/h/noticias/tudo-bem-se-eu-correr-sem-relogio/